Existem momentos na vida que perecem nos tirar o
chão. É a perda do emprego, um divórcio, o afastamento ou a morte de um ente
querido, uma mudança forçada de planos ou até mesmo uma doença grave. Nessas
horas, nosso instinto de sobrevivência pode nos levar a resistir e a não aceitar
a mudança. Consequentemente, entramos em um estado de bloqueio neuromuscular
que pode gerar inércia, depressão, medo, ansiedade, tristeza, ambivalência,
dificuldade em libertar ou deixar ir, confusão mental, conflito ou frustração.
Esse estado é conhecido como Crash, acrônimo de contraction (contração neuromuscular, paralisia,
congelamento), reaction (reação,
reclamação, vitimização, repetição de comportamentos), analysis paralysis (paralisia por análise, excesso de análise
cognitiva), separation (separação, lutas
internas, partes em conflito, desconexão com o corpo), hurt and hatred (dor, ódio, sofrimento, sensação de estar num beco
sem saída).
Há pessoas que vivem nesse estado há tanto tempo
que o encaram como algo normal, o que é um engano. Uma vez no estado Crash, temos
dificuldade de encontrar solução para os problemas cotidianos, vivemos sob
tensão constante e acessamos territórios emocionais limitantes (como ódio, raiva,
rancor e medo). Consequentemente, podemos nos tornar reativos, agressivos com
os outros e distantes de nós mesmos, sendo incapazes de enxergar uma saída.
No estado Crash, vivemos como se estivéssemos prontos
para atacar o inimigo a qualquer momento. Consequentemente, podemos padecer de
males como dor de cabeça, dor nas costas, dor no pescoço, cansaço, depressão e
ansiedade. Reativos, falamos e agimos sem pensar, ou, pelo contrário, não falamos
o que gostaríamos de falar, ficamos paralisados pelo medo. Sentimos ódio diante
de qualquer coisa, além de ingratidão e insatisfação profunda. Estamos na
verdade separados de nós mesmos, de nossa essência, da espiritualidade, do que
de fato nos faz felizes. Preocupados com o externo, não olhamos para dentro de nós
mesmos.
A solução para esse problema envolve o início de uma
mudança de consciência, a saída da zona de conforto. Simbolicamente, para isso,
giramos a chave até entrar no estado contrário: o estado Coach: centered (centrado, ligado ao próprio
corpo), open (aberto ao outro e ao
mundo), aware (consciente e alerta,
desapegado de crenças, valores, preconceitos), connected (conectado às três mentes: somática, cognitiva e de
campo), holding (acolhendo tudo o
que possa surgir de novo dentro e fora de si).
Quando estamos em estado Coach, atuamos com nossa
potencialidade máxima, uma vez que ficamos abertos, centrados e criativos, num
estado de presença consciente que nos permite direcionar nosso foco e nossa energia
para atitudes e comportamentos mais construtivos. No estado Coach, conseguimos
nos centrar, aquietar a mente e respirar, deixando a energia fluir pelo corpo. Uma
vez em contato com nossa essência, poderemos nos conectar com energias de
ternura, generosidade e bom humor, bem como avaliaremos cada obstáculo antes de
julgá-los bons ou maus. Assim paramos de sofrer por antecedência.
A esse respeito, de não julgar as situações
precipitadamente, lembremos sempre do que nos ensina Lair Ribeiro no livro O sucesso não ocorre por acaso:
“Assim é na vida, tudo que acontece pode ser sorte
ou azar. Depende do que vem depois. O que parece azar num momento, pode ser
sorte no futuro”. Ou seja, ao estarmos diante de um desafio ou obstáculo, precisamos
primeiro nos distanciar e analisar a situação friamente, sem julgamentos
prévios.
Outro fator importante é saber reconhecer nossas emoções
e perceber como elas influenciam nossas ações. Isso se chama inteligência emocional.
Aqueles que desenvolvem a inteligência emocional costumam
pensar, sentir e agir de forma inteligente e consciente, sem deixar que as
emoções controlem sua vida e se acumulem de forma a reproduzir ou criar
traumas. Também compreendem as emoções das outras pessoas, construindo relações
saudáveis e fazendo escolhas conscientes.
Em geral, indivíduos com inteligência emocional têm
elevada autoestima e autoconfiança, evitam conflitos em relacionamentos
interpessoais, têm relações mais estáveis e proveitosas, têm grande poder de influenciar
pessoas, são menos estressados, têm mais vitalidade e consequentemente são mais
felizes.
Você pode estar pensando: “Isso é impossível para
mim. Eu nunca vou conseguir controlar minhas emoções...” E eu lhe digo que não,
é questão de treino diário. Um dia de cada vez, até chegar ao estado de Buda.
Aceita o desafio? Então boa sorte!
Por Sol Antônia
Mais um belo aprendizado que compartilha conosco. Adorei o texto!
ResponderExcluirQue bom que gostou. Beijão.
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