Como planeta geracional, Plutão afeta grupos que
nascem na mesma época. É por isso que costumamos analisar a casa onde temos
Plutão no mapa natal. Ela mostra a área da nossa vida na qual temos maior poder
de renovação/transmutação.
Em qualquer casa, a energia de Plutão pode ser canalizada
para uma mais elevada consciência psicológica, impessoal, mas controlável, e
para que a força de vontade dirija essa consciência para atividades criativas.
Tal como com Saturno, o aspecto negativo de Plutão tem sido sobrevalorizado; na
verdade, o autêntico poder de Plutão só se torna negativo se procurarmos interferir
no seu trabalho. É preciso deixar ir embora o que não serve mais, de modo a se
conseguir a transmutação.
PLUTÃO NA CASA 1: O sentido de identidade da pessoa
tende a ser totalmente alterado. Embora a pessoa muitas vezes tenha grande
compreensão, sua insegurança e sua reserva as impedem de a exprimirem
livremente. Precisa desesperadamente ouvir a opiniões do outros a seu respeito,
a fim de criar um novo sentimento acerca de si própria; mas sua extrema reserva
quanto ao sentido de identidade com frequência impede esta abertura. A
cooperação pessoal profunda é tão difícil que muitas vezes a pessoa acaba
solitária e, em alguns casos, até isolada de amigos e da família. Se a energia
de Plutão for usada criativamente, a pessoa pode exibir uma poderosa
concentração, uma dedicação a elevados ideais espirituais ou sociais e uma
notável capacidade de penetrar nos significados mais ocultos da vida.
PLUTÃO NA CASA 2: A pessoa tem um poderoso desejo de
controlar os recursos próprios materiais como meio para atingir a paz de
espírito. A orientação para o controle ou a posse é, contudo, fonte de perturbação
íntima. As atitudes dirigidas à posse de pessoas ou coisas devem ser transformadas,
a fim de proporcionarem uma regeneração de valores. É preciso ter cuidado com gastos
compulsivos. A pessoa é dotada de recursos para construir alguma forma de segurança
material e pode ser também capaz de compreender os mais profundos tipos de energia
que o dinheiro representa.
PLUTÃO NA CASA 3: A pessoa é compulsivamente meticulosa
com a comunicação. Necessita ter certeza de que suas ideias são claramente
transmitidas, o que pode trazer irritação ao falar com os outros ou a
capacidade criativa para aprender toda a profundidade da interação humana. Há
muita energia de cura nas mãos, bem como talento para pesquisas em geral.
PLUTÃO NA CASA 4: A pessoa tem forte impulso para a
segurança e para o encontro de um lugar de descanso retirado. A vida familiar está
sujeita a todo tipo de convulsões e conflitos, devido à teimosia e à obstinação.
A pessoa necessita de uma total reorientação nos mais profundos sentimentos acerca
do seu ego e no sentido de segurança, de paz interior e de contentamento. A pessoa
também pode ter profunda intuição das necessidades emocionais dos outros e capacidade
para penetrar no espírito inconsciente.
PLUTÃO NA CASA 5: A pessoa pode ter forte compulsão
para “ser alguém”, para exprimir a individualidade de maneira bem visível. Muitas
vezes, o desejo de ser melhor e reconhecido como tal é frustrado, levando a uma
dolorosa reavaliação da necessidade de ser tão grande. Se a energia que motiva
a compulsão for transformada num poder conscientemente utilizável e
praticamente aplicável, a pessoa pode penetrar em novas áreas de criatividade
com invulgar profundidade. O seu trabalho criativo pode estar muito avançado em
relação ao seu tempo, mas a força e a perfeição do que executa garantirão a sua
eventual aceitação. Intimas relações emocionais com crianças ou amantes também
servem para ajudar a pessoa a aprender mais acerca de si própria em áreas essenciais,
embora o elemento compulsivo de tais relações deva ser eliminado. A chave para
esta posição de Plutão é que a pessoa deve aprender a contentar-se com o que
lhe tocou na vida e a usar sua grande energia para fazer algo de especial, em
vez de apenas querer ser conhecida como alguém especial. A pessoa pode se
transformar a partir de um amor ou de um romance.
PLUTÃO NA CASA 6: A pessoa quer servir e ajudar os outros
ou, pelo menos, quer sentir-se uma pessoa que ajuda os outros. Pode haver compulsão
para servir os outros, muitas vezes por meios que não são muito apreciados
pelos destinatários. Esta pessoa fará melhor se trabalhar consigo própria,
dirigindo suas energias reformadoras para sua transformação pessoal. Pode ser
que questões relacionadas com a saúde ou com uma doença particularmente séria
podem produzir grandes mudanças na atitude individual e uma purificação dos
valores próprios. Em alguns casos, pode indicar talento nas artes curativas.
PLUTÃO NA CASA 7: O casamento e as relações íntimas
serão o campo em que a transformação pessoal mais ocorrerá. Pode haver problemas
emocionais dolorosos e compulsivos em relações íntimas. Embora a pessoa queira
dar aos outros muita liberdade e queira desesperadamente que gostem de si, ela
se vê com frequência incapaz de estabelecer uma verdadeira relação com os outros.
A cooperação fica difícil sobretudo quando a pessoa descobre que se relaciona com
indivíduos que controlam um poder definido na sua vida. Com esta posição de Plutão,
o casamento só será duradouro se a pessoa aceitar as alterações pessoais exigidas
para que a união dê resultados.
PLUTÃO NA CASA 8: Pode haver compulsão para
influenciar o mundo pelo uso do poder, seja por canais de autoridade
socialmente aprovados, seja por forças psicológicas profundas ou ocultas. Pode
haver inclinação para manipular os outros e para insistir em que os outros se
modifiquem de acordo com seus valores. Tal como os que têm Plutão na casa 6,
estas pessoas fariam muito melhor em deixar os outros serem o que são e em
aprender como utilizar a força plutoniana na transformação pessoal. Existem, muitas
vezes, experiências compulsivas dolorosas na área da sexualidade. A chave para a
resolução de todo este complexo é que a pessoa necessita reorientar totalmente o
uso de todos os seus poderes – físico, mental, social, emocional e espiritual.
PLUTÃO NA CASA 9: Pode haver compulsão para ter e exprimir
fortes crenças e ideais que orientam a vida da pessoa. Em manifestação negativa,
essa compulsão pode tomar a forma de dogmatismo, de hipocrisia e da necessidade
de converter ou convencer outrem de que a pessoa é a única que conhece a verdade.
Para transformar esta tendência, deve-se compreender que a salvação de uma pessoa
é a condenação de outra e deve-se abandonar o desejo de provar suas crenças a
si próprio pregando-as aos outros. Com o passar dos anos, a pessoa pode
descobrir que tem experiências profundamente interiores que servem para reorientar
suas atitudes acerca de Deus, da verdade e do valor da vida humana.
PLUTÃO NA CASA 10: Pode haver impaciência com autoridades,
um ressentimento contra os que detêm a autoridade ou uma poderosa tendência
para se obter destaque de modo que seja reconhecido pelos outros. A pessoa pode
frequentemente atingir a posição que procura, mas isso envolve quase sempre uma
longa e dolorosa reavaliação dos seus verdadeiros motivos e valores. Por isso, precisa
transformar totalmente suas atitudes com o sucesso terreno, a autoridade e a
reputação. Esta posição indica capacidade para enxergar além das formas exteriores
da “autoridade” e para desenvolver um sentido mais profundo de responsabilidade
sobre as formas de governar.
PLUTÃO NA CASA 11: Existe compulsão para ser aceito
pelos outros e necessidade de atingir certos objetivos que não são conscientemente
muito claros. Muitas vezes, algumas ideias fixas têm de ser alteradas para que
se possa verificar um renascimento nas áreas dos desejos fundamentais e do sentido
de direção essencial da pessoa. A ênfase no futuro é, por vezes, tão predominante
nestas pessoas que o presente acaba por ser desprezado. A pessoa deve aprender a
confiar em si própria, mais que nos outros, para sua realização, sabendo que sua
mais profunda esperança de futuro só será realidade se abranger uma
transformação e clarificação totais dos seus próprios objetivos criativos no âmbito
das necessidade sociais.
PLUTÃO NA CASA 12: A pessoa deve transformar a
qualidade da sua vida emocional, aderindo a alguma crença ou verdade
transcendental que terá o efeito de libertar o ego de um atoleiro de emoções
confusas. Muitas vezes, esta reorientação exigirá longos períodos de solidão e
abstenção da interação social, visto que lidar com os outros produzirá, em muitos
casos, uma nova agitação de velhas e perturbadoras emoções que a pessoa tenta transcender.
É preciso ter cuidado para não permitir padrões emocionais de culpa e sentimentos
de autoperseguição. Também é necessário estabelecer atitudes espirituais
definidas relativamente à vida.
*Texto escrito com base no livro
"Astrologia, karma e transformação", de Stephen Arroyo, páginas 97 a 102.
Por Sol Antônia
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