1. Introdução
Na
astrologia, as casas de água (4, 8 e 12) são chamadas “trindade da alma” ou “trindade
psíquica” e estão relacionadas ao carma pessoal. Sabemos que todo carma é uma
sujeição que nos prende ao plano material e a um nível limitado de consciência
psicológica. Entretanto, como as casas de água têm a ver com o passado, com respostas
condicionadas que são agora instintivas e atuam por meio das emoções, elas se
relacionam aos mais profundos anseios da alma, os quais, pela sua própria
natureza, são parcialmente inconscientes.
As
pessoas com ênfase nas casas de água vivem consigo próprias e são extremamente
difíceis de se conhecer (especialmente se o Sol, o símbolo do ego individual,
está numa dessas casas). Muita de sua energia vital atua num nível subliminar;
muitas de suas motivações são influenciadas por gradações irracionais,
inexplicáveis e frequentemente desconcertantes. Por sua grande sensibilidade,
são imprevisíveis, já que nunca se sabe o que vai ativar uma velha recordação,
irritar uma antiga ferida ou reativar um complexo perturbador.
Essas
casas se relacionam com a necessidade de se atingir a paz emocional e a libertação
do passado, e as pessoas com ênfase nelas no mapa natal têm necessidade de
trazer à superfície as obsessões e os medos gerados pelas experiências passadas
e de deixar que tais sensações sejam iluminadas por uma completa consciência
psicológica.
As
casas de água também podem indicar medo – de regressar à fase da infância desprotegida
(casa 4), dos tabus sociais (casa 8) e do caos (casa 12). Tais medos vêm do
passado condicionador e orientador de determinado tipo ou de tipos específicos
de choques ou experiências traumáticos.
Os
planetas que caem nessas casas representam impulsos de expressão, influenciados
por modelos cármicos, preconceitos emocionais ou medos e motivações
inconscientes. Mostram, muitas vezes, os fantasmas do passado que continuam a
perseguir a pessoa – e o fato de serem, até certo grau, inconscientes explica a
razão pela qual esses complexos de energia tendem, com frequência, a minar a
orientação consciente da vida. Tais forças, impulsos e energias esperam
renascer mediante nosso esforço consciente e só nos deixarão em paz quando os enfrentarmos
honestamente e libertarmos essa energia por meio de uma ação corajosa.
Os
planetas que caem nas casas de água também mostram o que acontece em níveis
sutis ou subconscientes, bem como são fontes de experiência profunda na vida
presente, as quais, embora brotando do passado distante, continuam vivas e
constituem uma concentração fundamental de energia vital. Entretanto, enquanto
permanecermos inconscientes desses aspectos da nossa natureza, a energia e as
funções psíquicas representadas pelos planetas não podem ser utilizadas
criativamente nem como adjuvantes de uma direção consciente. Mas, uma vez que se
tornam conscientes, podem ressuscitar com grande força.
Essa
experiência pode ser renovadora porque o “autoaniquilamento”, o caos, a autoperda
ou a posterior dissolução da personalidade consciente pode levar a pessoa à penetração
em si mesma ou até à iluminação espiritual.
*Texto escrito com base no livro
"Astrologia, karma e transformação", de Stephen Arroyo, páginas 34 a
40.
Por Sol Antônia
Comentários
Postar um comentário