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Astrologia: As casas de água – parte 1/3


1. Introdução

Na astrologia, as casas de água (4, 8 e 12) são chamadas “trindade da alma” ou “trindade psíquica” e estão relacionadas ao carma pessoal. Sabemos que todo carma é uma sujeição que nos prende ao plano material e a um nível limitado de consciência psicológica. Entretanto, como as casas de água têm a ver com o passado, com respostas condicionadas que são agora instintivas e atuam por meio das emoções, elas se relacionam aos mais profundos anseios da alma, os quais, pela sua própria natureza, são parcialmente inconscientes.

As pessoas com ênfase nas casas de água vivem consigo próprias e são extremamente difíceis de se conhecer (especialmente se o Sol, o símbolo do ego individual, está numa dessas casas). Muita de sua energia vital atua num nível subliminar; muitas de suas motivações são influenciadas por gradações irracionais, inexplicáveis e frequentemente desconcertantes. Por sua grande sensibilidade, são imprevisíveis, já que nunca se sabe o que vai ativar uma velha recordação, irritar uma antiga ferida ou reativar um complexo perturbador.

Essas casas se relacionam com a necessidade de se atingir a paz emocional e a libertação do passado, e as pessoas com ênfase nelas no mapa natal têm necessidade de trazer à superfície as obsessões e os medos gerados pelas experiências passadas e de deixar que tais sensações sejam iluminadas por uma completa consciência psicológica.

As casas de água também podem indicar medo – de regressar à fase da infância desprotegida (casa 4), dos tabus sociais (casa 8) e do caos (casa 12). Tais medos vêm do passado condicionador e orientador de determinado tipo ou de tipos específicos de choques ou experiências traumáticos.

Os planetas que caem nessas casas representam impulsos de expressão, influenciados por modelos cármicos, preconceitos emocionais ou medos e motivações inconscientes. Mostram, muitas vezes, os fantasmas do passado que continuam a perseguir a pessoa – e o fato de serem, até certo grau, inconscientes explica a razão pela qual esses complexos de energia tendem, com frequência, a minar a orientação consciente da vida. Tais forças, impulsos e energias esperam renascer mediante nosso esforço consciente e só nos deixarão em paz quando os enfrentarmos honestamente e libertarmos essa energia por meio de uma ação corajosa.

Os planetas que caem nas casas de água também mostram o que acontece em níveis sutis ou subconscientes, bem como são fontes de experiência profunda na vida presente, as quais, embora brotando do passado distante, continuam vivas e constituem uma concentração fundamental de energia vital. Entretanto, enquanto permanecermos inconscientes desses aspectos da nossa natureza, a energia e as funções psíquicas representadas pelos planetas não podem ser utilizadas criativamente nem como adjuvantes de uma direção consciente. Mas, uma vez que se tornam conscientes, podem ressuscitar com grande força.

Essa experiência pode ser renovadora porque o “autoaniquilamento”, o caos, a autoperda ou a posterior dissolução da personalidade consciente pode levar a pessoa à penetração em si mesma ou até à iluminação espiritual.


*Texto escrito com base no livro "Astrologia, karma e transformação", de Stephen Arroyo, páginas 34 a 40.

Por Sol Antônia

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